Relaxar pode; esquecer da vida, não. No trem, o passageiro é o único responsável por seus pertences, que, por isso, devem ser mantidos sempre ao alcance da vista. Como não há bagageiros nem sistema de gerenciamento de malas, o sobe-e-desce dos vagões fica por conta do muque de cada um --ou, na melhor das hipóteses, da solidariedade alheia.
Por isso, na hora de fazer as malas, a regra é clara: não leve mais do que você pode carregar. A medida também ajuda a evitar furtos e perdas.
Modelos com rodinhas, desde que compactos, dão conta do recado e agüentam o tranco de serem jogados de um lado para o outro. Mochilões funcionam bem, com a vantagem de darem mais agilidade para sair correndo se for preciso ou para andar em lugares lotados. O ônus fica por conta da ressaca no dia seguinte, em que surgem terríveis dores nas costas.
Seja sua bagagem qual for, mantenha-a perto de você. Guarde-a em uma das prateleiras acima dos bancos ou sob seu assento. Cadeados também ajudam a garantir uma viagem tranqüila.
Hierarquia
Vale a pena ainda hierarquizar os seus pertences. Grandes quantias em dinheiro e cartões devem ser guardados bem junto ao corpo, de preferência debaixo da roupa.
Câmeras, tocadores de música digital, dinheiro trocado e comprovantes de reservas ficam em uma bolsa ou mochila menor, que deve ser mantida com você, mesmo quando for ao banheiro ou resolver ir comer alguma coisa. Deixe nela também o passaporte, especialmente se for cruzar alguma fronteira, e a passagem, que deverá ser solicitada algumas vezes durante o percurso.
Quanto às roupas, o melhor é o desapego. Fique de olho nelas, mas concentre sua atenção nos itens mais indispensáveis.
Cada parada significa um novo entra-e-sai de passageiros e, com eles, um certo fluxo de malas e sacolas que pode servir de cobertura para pequenos furtos --fique atento.
Percursos feitos durante a noite demandam o dobro de atenção. Mesmo em cabines do tipo leito, não dá para descansar como se estivesse em casa. Mantenha sua bolsa ou mochila o tempo todo com você.
Tome cuidado também com um outro tipo de "furto" praticado sobre trilhos: os preços exorbitantes de lanchonetes e restaurantes do trem. Um mero sanduíche frio no pão de fôrma pode chegar a 8 --equivalente a cerca de R$ 21. Por isso, levar um lanche é mais do que recomendável.
Quanto aos assentos, se o seu não estiver indicado na passagem, sente-se em qualquer um. Verifique apenas se na identificação do assento há informação sobre sua disponibilidade. Alguns trens indicam os trechos em que cada assento estará ocupado.
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